Depois da conversa de ontem, perdi todas as esperanças e por isso decidi romper com todas as memórias do passado que ainda estavam presentes no meu dia a dia.
Num saco, fechei a tua roupa esquecida, o teu perfume emprestado, os nossos bilhetes trocados e todas as recordações que persistiam no quarto, exatamente no mesmo local onde se encontravam quando tu o deixaste, naquela ultima vez que me visitaste, e ninguém suspeitou que viria a ser a ultima... Fechei o saco e escondi-o no quarto e procurei preparar-me para fazer o mesmo com o que ainda sinto....
No quarto, pendurado no espelho, tinha um dos que viria a ser parte do meu ultimo presente de anos. Há vários dias que o andava a observar, buscando algum alento ou inspiração. Em cartolina, três cartões pairavam num fio, três cartões onde tu e eu estaríamos representados em desenho. No primeiro, estaríamos zangados, de costas voltados, mas no segundo eu aproximava-me de ti, calava-te, para no terceiro te beijar e tu me abraçares. Nos últimos tempos atentava nos esboços. Na altura não estávamos zangados, pelo que sempre indaguei o porquê daqueles desenhos e agora, tanto meses depois, a esperança alimentava em mim o desejo de constituirem um prenúncio divino: eu, seria eu, a que poria fim a esta zanga... e um abraço teria à minha espera...
Mas a esperança apagou e o desenho só me magoa... guardei-o no saco, voltei-lhe costas, a tentar preparar-me para voltar costas ao que ainda faz bater o meu coração...
Num saco, fechei a tua roupa esquecida, o teu perfume emprestado, os nossos bilhetes trocados e todas as recordações que persistiam no quarto, exatamente no mesmo local onde se encontravam quando tu o deixaste, naquela ultima vez que me visitaste, e ninguém suspeitou que viria a ser a ultima... Fechei o saco e escondi-o no quarto e procurei preparar-me para fazer o mesmo com o que ainda sinto....
No quarto, pendurado no espelho, tinha um dos que viria a ser parte do meu ultimo presente de anos. Há vários dias que o andava a observar, buscando algum alento ou inspiração. Em cartolina, três cartões pairavam num fio, três cartões onde tu e eu estaríamos representados em desenho. No primeiro, estaríamos zangados, de costas voltados, mas no segundo eu aproximava-me de ti, calava-te, para no terceiro te beijar e tu me abraçares. Nos últimos tempos atentava nos esboços. Na altura não estávamos zangados, pelo que sempre indaguei o porquê daqueles desenhos e agora, tanto meses depois, a esperança alimentava em mim o desejo de constituirem um prenúncio divino: eu, seria eu, a que poria fim a esta zanga... e um abraço teria à minha espera...
Mas a esperança apagou e o desenho só me magoa... guardei-o no saco, voltei-lhe costas, a tentar preparar-me para voltar costas ao que ainda faz bater o meu coração...