Numa onda de euforia temporária, corro para ti, esperando que me recebas. De ti nada recebo além de um frio e distante abraço que não me alimenta, não me conforta, não me é suficiente. Afasto-me, com receio de que te apercebas como fiquei apreensiva e insegura. Sem me atrever a observar-te novamente, com receio de fraquejar ou diante de ti delirar, mantenho o diálogo impessoal e vazio que comigo travas. Não és mais tu, não és tu que eu conheço e desejo e me enlouquece. Porque os poucos centímetros que nos separam, estendem-se numa apatia descontrolada e angustiante. E eu não me revejo em quem diante de mim me estende a mão, finge o seu melhor sorriso mas não me ilumina como outrora fizera. Tu já não és mais tu, e eu permaneci presa à esperança que também tu voltasses como me deixaste...
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