Soterradas encontram-se as mágoas, as tristezas e desilusões. Diante de mim o caminho se avista luminoso, enquanto para trás deixo a alma cansada e de dor dilacerada. Sei bem quem sou, o que quero e por quem vivo, não quero mais ser a frágil debilidade que assentara no meu peito encardido e se recusara a dissolver. De trovas e versos melancólicos me cansei, embora no corpo ainda encontre vestígios do que a tinta acentuou. Meu ser, meu desejo convergem num só e num silêncio ruidoso do fim do dia eu encontro a calma que me conforta. Não sou mais o eu que não quis ser, nem tão pouco me incomoda o tempo que com o tempo deixei. As memórias deixaram de ser suficientes, já nao me alimentam nem fortificam nem me permitem ser quem hoje não sou. Porque o caminho que hoje enfrento não mais terei que percorrer só. O calor humano que emanas é suficiente para me resguardar e impedir que enregele com o passado, e a sofreguidão com que contra o teu peito exalo auxilia a arritmia que no coração me devora e fortalece. E os arrepios que a tua voz me desperta, são suficientes para me consciencializar do que possuo e não posso por nada perder. No meu olhar, perpetuo o reflexo do teu rosto iluminado, mesmo quando diante de mim não te encontras, e nos lábios descrevo o sorriso que de mim roubas diariamente.
Enquanto nossos pés se enterram nas areias movediças que entorpecem as pernas, vacilo para tu me segurares com a firmeza que hoje possuo e conquisto para te alcançar e merecer. E entre abraços e beijos que nos lábios mornos ainda queimam e deixam saudade, uma voz, um suspiro denuncia o que na minha mente divaga e me preenche: gosto tanto de ti....
Enquanto nossos pés se enterram nas areias movediças que entorpecem as pernas, vacilo para tu me segurares com a firmeza que hoje possuo e conquisto para te alcançar e merecer. E entre abraços e beijos que nos lábios mornos ainda queimam e deixam saudade, uma voz, um suspiro denuncia o que na minha mente divaga e me preenche: gosto tanto de ti....